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Acabou o alfabeto, vamos falar da geração E. Os Enzos!

Atualizado: há 4 dias


fbm

Claro, você já está percebendo que é uma brincadeira minha com essa conversa de gerações e sobre o quanto o marketing vem se preocupando com isso. Alguém inventa essas nomenclaturas em alguma parte do mundo e chega no Brasil como se fosse verdade e, pior, aplicável. Então, fui dar uma olhada no IBGE e no Brasil temos quase 50 mil Enzos que, vamos combinar, é um público razoável. Claro, nem perto do Z, embora nem tenha perdido tempo indo atrás dos dados, mas falam tanto, então deve ter um monte de adolescentes chamado Z. 


Vamos a uma raciocínio simples: você acredita que um adolescente chamado Z, que mora num bairro de alta renda em São Paulo, tem comportamento (nem vamos falar sobre hábito de consumo) de um adolescente também chamado Z, que mora lá na periferia da mesma cidade de São Paulo? Acho que sua resposta é a mesma que a minha: improvável, senão impossível. Então, a próxima pergunta é a seguinte: como alguém consegue vender essa ideia de geração isso ou aquilo e ainda por cima levar turbulência para quem trabalha no marketing, produtos e comunicação? 


Então, me senti no direito de brincar com mais uma geração, a E, dos Enzos. Você deve conhecer alguém que colocou o nome Enzo em alguém da família nos últimos anos. O que esse monte de Enzos vai demandar da sua marca? Você acha que vale a preocupação? Porque se vale, então os vendedores de turbulência estão corretos e eu perdendo seu tempo. Ficou até meio machista, não? O tempo vai me ajudar, daqui a pouco teremos uma chuva de meninas com nomes parecidos, e a brincadeira vai continuar. E se você acredita em gerações isso e aquilo, não terá mais sossego na vida.


Esqueça e volte a pensar na ótima saída da segmentação do seu público-alvo. E, comento com você, que muitas empresas não incluem num estudo de segmentação alguns públicos, porque acreditam que não são consumidores potenciais. E perdem dinheiro. Não economize nisso, grandes amostras irão te ajudar muito, a entender o que vender e para quem vender. Dessa segmentação você vai retirar as personas que estão por trás desse comportamento. Com alguns cálculos a mais, vai encontrar o tamanho de cada segmento/personas e o potencial de vendas do seu produto. E sua vida vai ficando cada vez mais fácil, você saberá até como se comunicar com cada segmento. Lembre-se: segmentar é separar para conquistar. Escolha o segmento pelo retorno previsto no curto prazo e pelo potencial futuro. Assim, seus esforços serão distribuídos ao longo do tempo. Nem se lembrará que um dia falaram que o marketing deveria se preocupar com gerações de letras estranhas.


Um recado importante: Comportamento de Compra não é a mesma coisa que Hábitos de Consumo. Os Enzos (e parte grande dos Z's), têm comportamento de compra (influenciam, por exemplo), mas não hábitos de compra, porque alguém o faz para eles, que seja porque não tem renda, quer seja porque os pais não querem ir à falência. 


Para fechar, espero que ninguém tenha se ofendido com as brincadeiras, mas quando não há evidência cientifica, eu não consigo levar a sério. E não há nada de ciência nessas conversas de gerações. Um dia me disseram que uma tal geração não queria mais automóvel, porque o transporte por aplicativo atenderia, etc, e mais alguns argumentos que não lembro. E sabe onde as empresas de consórcio mais venderam cotas de automóveis em São Paulo: na periferia, onde estão jovens na mesma faixa de idade (ou geração) daqueles da área nobre, que disseram optar pelos aplicativos. O que temos são consumidores. E quem tem que saber dos seus consumidores é você, e não alguém que vende a falsa ideia de que o mundo é uma combinação de gerações. Felizmente chegamos no Z, acho finalmente esse assunto vai acabar.



Cláudio Silveira

VP de Pesquisa de Mercado

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